sábado, 15 de dezembro de 2012

Do campo nasce a esperança Pt. I

Do campo sempre nasce a esperança!

Em uma bela noite fria e enluarada, a maior de todas as estrelas anuncia o nascimento de duas crianças. Em um vilarejo distante e oculto do mundo moderno, inalcançável por pessoas pequenas de espírito. Em uma casa simples feita de madeira, Arya nasceu. Próximo ao seu lar, uma mulher dá a luz a um saudável menino, sendo chamado de Ares.
Estas crianças iluminadas e marcadas pela eterna pureza da luz de Venus ainda não sabem, mas a sua presença carrega a esperança. Carregam dentro de si a liberdade! 
Arya desde pequena é uma menina exemplar, procura aprender com sua mãe uma sábia mulher, minuciosamente todos os seus afazeres. Levanta quando o galo canta e os raios do sol começam a aparecer para lhe desejar um bom dia. Ela e seus pais logo se dirigem até o cume da montanha que rodeia o vilarejo e estendem os seus braços para saudar o Sol. Acreditam que por trás deste, existe o símbolo, que a luz sempre retorna a iluminar a escuridão. 
Juntos, são acompanhados por todos os moradores de sua vizinhança. A montanha transborda de braços diariamente, e vista de longe até parece uma enorme flor que desabrocha na primavera. 
Todos entoam cantigas que foram passadas de avós para pais e de pais para filhos. Cantigas que são lembradas pelo vento que assovia sabendo o significado, e pelo horizonte tomado pelas águas, estas que batem nas pedras seguindo a canção:

''Saudemos a luz e o símbolo de nossos ancestrais
Que alimenta nossos espíritos para o nascer de um novo dia
Saudemos a luz, assim como nossas mulheres que dão a luz de nossa união
Saudemos, assim como nossos homens que se embrenham nas florestas e retornam com o nosso sustento
Saudemos assim como nossas crianças que dão a continuidade de nosso sangue e nossa luta!'' 

Tendo feito a saudação, todos se entreolham com um leve sorriso na face. Inclusive Arya e Ares. Seus olhos sempre se cruzam, assim como a estrela cadente cruza os céus. Pois toda a vez é como se fosse a primeira, é como se fosse algo raro e que talvez nunca mais pudesse ocorrer. Aumentando a forte inocência neste olhar, e de que quando forem feitos homem e mulher, mais uma união sagrada será celebrada por todos.

Nesta terra todos possuem os seus deveres. Meninas aprendem a cuidar da terra e do lar junto de suas mães. Meninos aprendem logo cedo a caçar com seus pais. Meninas e meninos aprendem com seus pais a Arte da Guerra. Após seus deveres diários, sempre reservam um tempo para treinar. E sempre reservam um tempo para se divertirem. 
As florestas, as montanhas, os lagos, os campos e as beiradas do mar...são sempre visitados por seus habitantes. E as visitas são sempre vistas como uma festividade...

Este povo enxerga a beleza e um motivo para festejar em tudo. Em um novo nascimento, em uma boa colheita e caça, em um novo dia ou uma bela noite, em um casamento e até mesmo na morte. Pois, ''a morte não existe, viver pela eternidade sim''.

E mais um dia se desenrola na Terra de Imperium...

Arya terminou seus afazeres e treinou arte da luta com sua mãe, usando uma lança feita para o seu tamanho. Logo pôs se a passear entre as árvores, respirava fundo sentindo o ar puro e o perfume que a floresta exalava. Se sentou em uma pedra e começou a desenhar no chão com um galho recolhido no meio do caminho. Não demorou muito para muitos passarinhos curiosos pousarem ao seu redor. E começavam a cantarolar e esta começava a cantar junto, aprendeu a língua dos pássaros. Conversava com eles ''- Gostaria muito de ter asas como vocês e voar sobre a imensidão deste céu azul e enxergar do alto os habitantes do fundo deste nosso mar com águas cristalinas. Queria muito poder alcançar o topo das árvores e de lá olhar o pôr do sol, ou me sentir um pouco mais próxima das estrelas. Mas sinto-me grata pela amizade fiel e ensinamento que me passaram. Só de observar-los, meu olhar é capaz de enxergar muito além do que posso simplesmente ver ou tocar. Meu espírito é capaz de voar sem sair do lugar. Vocês são lindos, e cantam muito bem.''. Pôs-se a rir ao ver dois pássaros que brincavam de se alcançar em pleno vôo.

Ares terminou seus afazeres e treinou com seu pai, auto-defesa e ataque com uma espada forjada para o seu tamanho. Logo pôs se a passear entre as árvores, respirava fundo sentindo o ar puro e o perfume que a floresta exalava. Logo encontrou algumas pedras e verificou se estavam soltas. Pegou da visualmente mais leve e até a mais pesada e atirou todas o mais longe que podia. Logo cedo estava testando a sua força. Não demorou muito para que alguns lobos curiosos se aproximassem dele. Ele não teve medo, pois aprendeu a língua dos lobos, e a se aproximar deles junto com seu pai, um ótimo desbravador da floresta. Conversava com eles ''- Como gostaria de poder correr desenfreadamente e com tanta precisão como vocês. Me ensinaram a lição de ser destemido e atacar na hora certa. Me ensinaram que a sabedoria vêm através da solidão, quando se distanciam da matilha para conhecerem os seus próprios limites, e os desafios que a vida pode apresentar. E sendo fiéis, sempre retornam ao seu bando, e transmitem tudo o que aprenderam em sua jornada solitária. Sinto-me grato por terem partilhado a sabedoria silenciosa que carregam. Meu espírito pode assim estar só, mas nunca se sentir só. Pois como vocês, lobos fiéis, eu poderia uivar de longe e todos os que julgo serem de minha matilha, escutarem meu chamado e eu igualmente senti-los ao longe''. Pôs-se a rir ao ver dois lobos que grunhiam um para o outro por causa de uma lebre morta ao chão.

Arya e Ares puseram-se a caminhar novamente. Quando Ares percebeu a presença daquele olhar que caminhava em sua direção, mas sem ter notado sua presença. Este resolveu pregar-lhe uma brincadeira, se escondeu atrás de uma grande árvore. E ficou a observar Arya, enquanto esta caminhava murmurando uma canção:
''Eu era uma pequena e agora estou maior...mas continuo a mesma...porque meu espírito não muda...adoro andar, cantarolar e girar do mesmo jeito...girar...girar...''
Com essa canção simples que ela mesma tinha inventado, começou a girar como dizia a canção. De braços abertos no meio de árvores que abriam um espaço para o céu ser avistado. E girando, olhando para cima, as pontas das copas das árvores igualmente giravam, parecendo uma enorme guirlanda sobre sua cabeça, até que então esta caiu ao chão. Deitada, começou a refletir se continuaria mesmo assim para sempre. A fazer isso, uma das coisas que mais gostava.
Ares ainda escondido e observando a tudo, pensava em dar um susto nela. Mas algo o impediu...
Começou a vê-la com outros olhos e este pensou: ''- Começo a me transformar em um homem? Pois em meu peito algo acelera e falta-me voz para gritar e assustá-la, e a vejo, e acho tudo nela muito bonito e encantador...na verdade, creio que desde a primeira vez que a vi, mas não desta forma...que sensação nova''
Arya ouviu um barulho de galho quebrando, era Ares escondido atrás da árvore, mas este não saiu de trás e continuou em silêncio. Esta logo se levantou e saiu correndo sem ainda ter notado sua presença; e correu, pois logo começaria a escurecer e não gostaria de cruzar com uma enorme mãe ursa, sempre pronta para defender os filhotes. 

O manto noturno começa a se desenrolar e a abóbada celeste se enche de estrelas. Arya prepara-se para dormir, mas o sono traiçoeiro não vem. Pensativa, senta-se em um alto banco próximo a janela. Com sua face encostada na madeira da janela, põem-se a contemplar o noturno céu. Ouve o uivo dos lobos ao longe e um arrepio toma-lhe o corpo e sente uma ansiedade subir e descer por sua garganta, como se uma mensagem, uma sensação inexplicável fosse decifrada em seu interior, não tendo palavras para expressar. 

No mesmo momento, Ares estava deitado na grama de um campo aberto contemplando o céu e pensando em sua amada. Dividindo este segredo somente com a noite e as estrelas. Um pássaro sobrevoa sua cabeça, pousa em sua barriga, canta e parte. 

Na manhã seguinte, a jovem estava á colher na extensa horta. Ao longe, Ares montado em seu cavalo, a observava. 

Em um belo fim de tarde, Arya decide cavalgar no campo. Ela corre com seu cavalo, como se ele lhe emprestasse asas. Pensou,‘’o vento que corta minha face é o mesmo vento que sopra as nuvens’’. Cavalgou o mais longe que pôde, o limite era o mar. Desceu do cavalo e com seus pés descalços começou a deixar seus rastros na areia. Chegou próximo a uma imensa pedra, conseguiu prender as rédeas do cavalo e na pedra subiu. Sentou-se e contemplou o horizonte, enquanto seus pensamentos eram embalados ao som das ondas que vinham e se quebravam.
Começou a sentir um vazio, uma saudade - ‘’ - mas de quem?’’- pensava. 
E logo veio em sua mente o rosto de Ares...
‘’- Sim! Ele tem o brilho no olhar. Estou virando uma mulher?! Até então me enamorar de alguém nunca tinha passado em minha cabeça!’’, exclamou em voz alta.
Ficou a pensar durante um tempo, tomou seu cavalo e seguiu em direção ao seu lar.
Atravessando o campo...
A lua já iluminava a relva, decide parar e sentar para observar as borboletas noturnas. Era um espetáculo, podendo ser presenciado somente em sua região. O único lugar de todos os lugares, onde incontáveis borboletas com asas reluzentes cor de prata voavam. Parecendo nuvens carregadas de chuva, que desenhavam diversas formas no ar. Era possível enxergar águias, ursos, pássaros, montanhas...tudo o que sua visão pudesse imaginar.
Começa a ouvir barulhos de galopes e nota uma enorme sombra no chão que logo se aproximou. Olhou contra a luz do luar que iluminou um rapaz em seu cavalo...era Ares! E este logo lhe disse:
‘’- Boa noite estimada Arya! É uma cena realmente fascinante. Também gosto de ter como companhia momentos como esse, além de pôr-me a conversar com meus pensamentos’’
Seu rosto logo corou, lembrou do que veio a pensar enquanto estava de frente para o mar. E ao mesmo tempo, quase não acreditando na presença deste rapaz. Segurou o suspiro que iria dar e teve ar para respondê-lo:
‘’- Sim querido Ares, sim. Olhe como elas pousam nos trigos, parecem transformá-los em flores brilhantes! E logo o vento as tiram para dançar’’.
E Ares responde: ‘’- Dançar! Conceda-me uma dança?’’
De um salto, Arya pôs-se de pé e deu um sorriso. O rapaz se aproximou, pegou em suas mãos, e começaram a dançar, rodando levemente, como se quisessem acompanhar a brisa do vento. Como se quisessem flutuar como as borboletas. 
Nesse momento, nem a luz do luar poderia se igualar ao brilho, o brilho que mais uma vez nascia desses olhares. A noite pareceu parar só para testemunhar o som da música silenciosa que os envolvia. A música eterna, composta somente para os que conseguem escutar. Composta pelo som dos trigos quando se esbarram por causa do vento, das folhas das árvores e galhos que se abraçam enquanto balançam de um lado para o outro, da maré ao longe guiada pela lua e ouve-se até mesmo o som de uma enorme cachoeira que ressoa através dos ecos, a voz das montanhas.

Não se deram conta devido ao êxtase do momento. Mas todos os animais da floresta começaram a se manifestar, emitindo seus sons e se desembrenhando da floresta. Ficaram entre a sombra e a luz da lua...na beirada das árvores. E no mar, todos os seres viventes vieram próximo a costa.


Continuação... 

Por Edelweiss

Lebensessenz - Un Amour Irréalisable - Pt. I & II


terça-feira, 5 de junho de 2012

Dor. A leal confidente.

Ah! Dor que acompanha-me e nutre-me
Aonde esteves? Para onde vais quando por alguns momentos deixa-me?
Até saudades de ti eu sinto quando partes
És profunda... Verdadeira... Bela e Trágica
Sinto-me como se estivesse no profundo do mar
E tento a superfície alcançar
Clamar de nada adiantaria pois ninguém escutaria
Já exausta, entrego-me aos segundos onde posso observar tua exótica beleza
Até que tudo começa a tornar-se escuro
Momentos estes enquanto o ar em meus pulmões ainda reinam
Momentos que não são em vão pois em teus braços encontro consolo e me elevo!
Pois sem ti em minha vida eu não teria descoberto o quão forte sou capaz
O quanto pude e posso tolerar
Entre quedas e vôos me forjei e não hei de reclamar pois nunca desisto
De o céu ou inferno alcançar
Não te esqueço e mesmo que pudesse não te anularias
Contigo lições aprendi, contigo tudo tornou-se mais sensível e belo ante meus olhos
A simplicidade com que exalas, trouxe-me consolo mesmo enquanto cá adentro reinou e reinas
Não sempre... e tão logo chegas a meu ser, ao meu ser ou não ser
Tu me entendes e tornastes minha leal confidente
Quando lágrimas de meus olhos jorraram e do mundo as mantive ocultas
Quando de meus lábios um grito ecoa, até mesmo quando surge entre singelos suspiros
Pois se o verdadeiro grito que internamente martiriza-me eu soltasse
Ah! Este ao mundo ensurdeceria e aos tímpanos estouraria!
Quem sabe bem e mais conhece sobre meus lamentos? É tu. Oh Sacra Dor!

Através de ti aprendi a sentir-me como um poema...
Como um raro livro ainda a ser descoberto e lido
A sentir-me como os dóceis e selvagens filósofos
Quão nobres espíritos! Sacrificados e ressuscitados por ti!
Grandiosos... tal grandeza surge e flui de ti minha tão estimada
Pois quando inspirada te pões, torturas dias e noites sem cessar
Só os fortes sobrevivem e de ti frutos colhem
Os que de tua virtude não possuem paciência para colher
Estes que preferem verem-na tal qual fruto verde...
Uma corda no pescoço logo envolvem

De minha essência já fazes parte
Jamais poderei e hei de negá-la
Vergonhoso me seria e desonroso também
Pois em teu lugar a mentira reinaria
E esta... Ah! A esta, não eu não lhe quero bem

Malfeitores me seriam, aqueles quais, raros não são de se encontrar
Pela desgraça! Dão mais do que chuchu na cerca: assim diria minha avó
Estes que vivem com sorrisos melosos e se portam bizarramente efusivos
Estes... reflito que, a primeira desgraça que em seus caminhos cruzassem
Logo os pulsos cortariam. Tão rastejantes, verminosos e nada sãos!
Os primeiros a entoarem a efusiva alegria
Para os que a ti, minha estimada dor... contemplam e compreendem

Com uma bronca a estes eu espantaria:

- Fique tu com tua ''alegria''. Esta que quando lapidada ao invés da beleza, a verdade sobre o mundo mostraria. Deixai-me, deixai-me em paz com meus verdadeiros lamúrios e fique tu com tua enojada e persuasiva cegueira. Vá, parta! Saia de perto, antes que o vírus de minha dor, pegues também... E não serias tão nobre para suportá-la.

A alegria demasiada chega-me ao estômago embrulhar e no rebanho quase afoga-me.
Feito loba solitária uivando e cantarolando minhas dores para a lua hei de sempre estar...

domingo, 4 de março de 2012

Everyday is like sunday

Todo Dia Parece Domingo

Arrastando-se devagar sobre a areia molhada
De volta ao banco
Onde suas roupas foram roubadas
Esta é a cidade costeira
Que esqueceram de interditar
Armagedon - venha, Armagedon!
Venha, Armagedon! venha!

Todo dia é como domingo
Todo dia é silencioso e cinza

Esconder-se no calçadão
Rabiscar em um cartão-postal
"Como eu adoraria não estar aqui"
Nesta cidade litorânea
...que esqueceram de bombardear
Venha! venha! venha - bomba nuclear!

Todo dia é como domingo
Todo dia é silencioso e cinza

Arrastando-se de volta sobre seixos e areia
E uma poeira estranha pousa sobre suas mãos
(E sobre seu rosto
Sobre seu rosto...
Sobre seu rosto...
Sobre sue rosto...)

Todo dia é como domingo
"Concorra e ganhe uma bandeja barata"
Divida um pouco de chá engordurado comigo
Todo dia é silencioso e cinza

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Meu ''mundo'' anti-mundo.

Meus devaneios seriam realmente devaneios? 
Ou seriam anseios poéticos de uma realidade que é anti-realidade?
Este meu espírito de poetisa embora visto por muitos
Como se estivesse envolto em uma camisa de força...
Estes que muito vêem logo os cubro com Napalm e Gasolina gélida
Pois a faísca ao blasfemar contra os que ainda cultivam pureza interior
Acaba por terminar o serviço e assim provam do próprio mecanismo
Anti-espírito poético que criaram

Este meu espírito de poetisa
Prepara a própria cova de meu corpo e adianta com alegria sua putrefação
Brindando em meu crânio preenchido com um néctar Dionisíaco
E saudando, Longa vida a Morte!
Junto aos vermes que já se deleitam no banquete de carnificina-cárcere
Pois não quero mais a prisão
E este meu espírito não é um manicômio bando de malfeitores
Utilizam a cobra que está presa em suas bocas também para defecar?
Os que muito defecam são geralmente os verdadeiros insanos

Eu busco me ver livre e caminhando por entre reinos metafísicos de minha memória
Isso é meu Consolamentum
Desde pequena idealizo muito! O meu belo mundo anti-mundo
Os raios e trovões de minha mente não são apenas desejos apocalípticos
São também a ursa caçadora de sensações que me levam para longe deste mundo apático
Neste mundo sempre me senti deslocada 
Não me encontro em nada do que aqui se faz presente

Desnudei-me como estando em uma peça de teatro
Pela primeira vez eu sorri e dei risada de verdade
Uma sensação de prazer que serviu como um óleo na ferrugem de meus lábios
Ri de toda face horrorizada da matéria pútrida 
Ri até mesmo de minha própria pseudo-morte
Deve ser a questão da causa e efeito
Algo adormecido e semi ocultado sem a sua autorização quando desperta tende a explodir
E mais uma vez o feitiço universal se vira contra o próprio feiticeiro
E isso não é um motivo para cair em gargalhadas eternas?
Gargalhadas essencialmente venusianas

sábado, 24 de dezembro de 2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Hurt

I hurt myself today
To see if I still feel
I focus on the pain
The only thing that's real
The needle tears a hole
The old familiar sting
Try to kill it all away
But I remember everything

What have I become?
My sweetest friend
Everyone I know
Goes away in the end
You could have it all
My empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt

I wear this crown of shit
Upon my liar's chair
Full of broken thoughts
I cannot repair
Beneath the stains of time
The feelings disappear
You are someone else
I am still right here

What have I become?
My sweetest friend
Everyone I know
Goes away in the end

You could have it all
My empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt
If I could start again
A million miles away
I would keep myself
I would find a way

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

sábado, 26 de novembro de 2011

Oh! Ai de mim. Parte de minha parte. Meu homem.

Te busquei em outros olhares... Te procurei no imenso céu desde o nascer do sol á aurora. Olhei entre as estrelas e meu espírito pairando além das estrelas gritou seu nome e nenhuma resposta pude conceber além do eco de ti em meu interior. Tua imagem e teu espírito pairam ao meu redor como nas antigas fábulas que permeiam meu ser. Te desejei em Tristão e Isolda. Em madrugadas o disco de Richard Wagner soou e manteve vivo teu ser como parte de meu ser. Cada nota soava como tua voz, teu sopro, tua canção, tua descrição. Te desejei ao assistir ''Coração Valente'' e perguntei-me infinitas vezes se nesta ''vida'' poderia existir um homem que morresse por mim e honrasse meu nome, assim como eu o faria tendo levado a sombra de tua face comigo ao túmulo, ao inferno e além deste.
Te desejei até mesmo nas fábulas mais infantis como as princesas que anseiam por teus amados debruçadas em tuas janelas. E toda essa narrativa permeada de ti me faz esquecer o mundo ao redor. E recordar um mundo que não é daqui. Uma parte falta em minha vida, em minha existência amarga, esta parte é ti meu amado, meu amor platônico e até então anônimo. Te conheço! Sim, eu sei que te conheço! Não poderá nada e ninguém nesse mundo me dizer o contrário. Estou vazia... Prefiro a morte!  Se for para tentar amar pela metade, amar ilusoriamente e sofrer ao término desta união. Um amor puro e o brilho no olhar que diz ''parte de tua parte'' não carregaria em si o fim. Me sinto velha, me sinto antiga... Exausta. Me sinto Virgem, me sinto Donzela e me sinto Anciã. Sinto como se já tivesse sido amante, mãe e esposa. Tivesse feito juras de amor eterno e fidelidade, tais que nem a morte pudesse apagar e que a morte não apagou. O momento em que nossos espíritos se cruzarem, esse mundo, esse universo se dissolverá. Derreterá qual um quadro com a tinta ainda fresca exposto a uma tempestade. Tudo irá parar e desejarei não fazer mais nada, a não ser contemplar o momento. E reafirmar minha fidelidade e amor eterno. 
O que preenche esse vazio é a melancolia, se é que posso chamar de melancolia. Palavras são insuficientes para descrever tamanho abismo. Preciso de ti! Mantenho-me só... Solitária e presa ao devaneio de tua presença. Escolhi tal condição que me encontro sendo um auto-sacrifício perante ao que acredito.
Vi partes de ti em outros homens mas a forma que os admirei estão muito longe do amor e relacionamentos mundanos. No entanto deixei em sigilo, por serem sentimentos puros. Pude amar seus espíritos como se refletissem partes do que és como um todo. A chuva nesse momento cai lá fora e gotas escorrem por minha janela. Olho para fora buscando tua imagem e nada encontro além do choro das nuvens.  E me pergunto se estarias pensando em mim como eu a pensar em ti. Parece que morrerei sozinha. Onde estarias? Talvez, na ''linha'' deste tempo maldito me surpreendas e apareça de onde eu menos espere. Mas por enquanto minha vida nessa terra de ilusões se resume á música de Chopin, Funeral March. Morrerei só mas com a enorme e nítida sensação de nostalgia, de morrer com tua imagem viva em meus pensamentos. Como sempre foi e será! Nossa ligação não morre, faço parte de ti como fazes parte de mim, somos complementos eternos. E nenhum outro poderia substitui-lo.
Aqui jaz M! Jaz com a memória que nem mesmo este Kairos foi capaz de destruir. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Empty Streets. Desire or disease?!



Lembrança de morrer

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto o poento caminheiro...
Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro...

Como o desterro de minh'alma errante,
Onde fogo insensato a consumia,
Só levo uma saudade — é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade — e dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
E de ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minhas tristezas te definhas!

De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos, — bem poucos! e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei!... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!

Ó tu, que à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se vivi... foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu! eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz! e escrevam nela:
— Foi poeta, sonhou e amou na vida. -

Sombras do vale, noites da montanha,
Que minh'alma cantou e amava tanto,
Protejei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe um canto!

Mas quando preludia ave d'aurora
E quando, à meia-noite, o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri as ramas...
Deixai a lua pratear-me a lousa!

Álvares de Azevedo

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ciel Errant

Céu desgarrado

Abrem-se os olhos na manhã
Mesmo assim a dor me consome
Mas às vezes eu não sinto nada
Ou apenas um sentimento vivo
De não ser daqui...
Então eu amo contemplar o céu
Ter a impressão de me elevar
Junto às neblinas que passam e depois se apagam
Dentro do azul de um mar sem fim

Alcest

Souvenirs d'un autre monde

Lembranças de um outro mundo

De onde eu vim, o tempo não existe
Os segundos se tornam minutos
Anos de um curto momento, enquanto o breve viaja por aí
E nossa ilusória palavra se torna trocada
Pela música e pelas cores
Quem flutuar como perfumes nesse ar de âmbar

"Não tenha medo, agora tudo está acabado
Quebre as correntes dos seus medos imortais
Para sempre ser libertado
E achar o último silêncio
Não tenha medo, agora tudo está acabado
Deixe correr suas lágrimas uma vez
Para sempre ser libertado
E unir um novo mundo que está vindo."

Alcest

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Saudações! Insano dançar

"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música." - F.W Nietzsche

É preferível ser julgada insana, porém lúcida! Do que um ser normal em constante estado de coma!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Consolamentum II

Lembra quando nas florestas e entre as árvores
Acendíamos uma fogueira?
Dançávamos em torno das chamas
Tocando o solo com nossos pés nús
Nos divertíamos se escondendo entre as árvores
Com olhares curiosos e flamejantes ao se procurar
Olhares vívidos como nossos espíritos
Que se expandiam apurando nossos sentidos
Lembrando não haver limites
E esta plenitude revelava nossa infinita ligação
Nossos anseios eram os mesmos
Sabíamos e sentíamos
Estavámos além da razão

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Consolamentum

Lembra quando corriamos no campo em meio as montanhas
O tempo e espaço desapareciam
Livres como os cavalos selvagens que correm sem rumo
Girávamos de braços abertos cortando o vento que acariciava nossa face
Feito crianças onde a pureza desconhece a vergonha
Subíamos no cume das montanhas
Onde suas vozes, seus ecos, correspondiam a nossos risos
Olhando do alto o horizonte pintava reflexos do eterno
Deitando nas pedras que se tornavam confortáveis
Macias como aparentavam as nuvens sobre nossas cabeças
Nuvens que brincavam de se transmutar
Onde adivinhávamos suas formas
O vento assobiava uma canção
Que somente nosso silêncio podia compreender

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O olhar que a onda carregou

Dias e noites, noites e dias, tornaram-se calmos, e revoltos como o mar.
Em um instante, á presença, e tão rápido tornou-se ausência.
Assim se foi, o olhar, que a onda carregou.
Seriam as ondas, que chegam a beira da praia, as mesmas que á tocaram a tempos atrás?
A interrogação, perde-se, arremessada nas pedras.
Águas, evaporaram, cairam no rio, e através das nuvens, voltaram ao mar;
Junto as ondas, que retornam com tudo, que um dia ás mesmas levaram.
Olhar nunca visto, olhar nunca sentido?
A interrogação, perde-se, arremessada nas pedras.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A memória de voar

Voa, voa para bem longe, sem destino
Entregue-se a liberdade
Não temas!
Desencadeie seu interior
Liberte-se dos grilhões da mentira
Encontre-se consigo mesma
Refletindo-se no espelho das nuvens
Estas que revelam o que sempre fostes
O que sempre continuará sendo
Nuvens que pairam desde as brumas do passado
E atemporalmente no presente
Tocando o eterno
Revelando tua essência, tua sina
Nada pode prende-la
Nada pode conter o contentamento de tuas asas
Dúvidas?
Sem tal loucura não existiria a sabedoria
A sabedoria consiste em lembrar
E para lembrar necessita-se aprender,
Aprender novamente a se ouvir
E aprendemos somente voando,
Assim como as aves
Transcendendo o tempo e o espaço
Corra atrás dessas asas, agarre-as, e alcance os céus!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O manto escuro se desenrola


O teto mutante lentamente vai se apagando.
A noite chega...
O manto escuro se desenrola, e com ele seus vagalumes.
Observo os astros que pairam.
Deixo -me apagar, sendo iluminada pela escuridão.
Nada importa, tudo importa!
Quisera eu, poder desbravar, muito além destas estrelas.
Posso ouvir o som da noite, e seu leve suspirar.
Ela vêm, e leva das ruas as almas atormentadas durante o dia.
Abrindo espaço á quem sabe decifrar sua poesia.
Calma escuridão.

A Lucidez de Ophelia

Louca, louca Ophelia.
Voltada a sí mesma, mergulhando em pensamentos.
Fazendo da louca realidade um teatro.
E desse teatro, construindo sua verdade.
Bailando, bailando entre cômodos tristes.
Baila Ophelia! Esquece o silêncio da normalidade.
Paredes antigas, cobertas de insuportável bolor.
Conversando com todos, conversando com ninguém.
- Olhe ! lá vai Ophelia e seus fantasmas.
Com seus fantasmas pôs-se a passear.
Vagando em direção a solidão;
A solidão que não a deixava sozinha.
A solidão que não a chamara de louca.
A solidão que mostrava o rosto desses que partiram.
Dançando ao som de sua própria voz, o canto melancólico e ferido.
Murmurando seus anseios, entregando-se a cada nota.
Música que levou-a proxima de um salgueiro, que belo salgueiro !
Sentença de sua morte em contraste com as cristalinas águas.
E assim cumpriu-se o destino de Ophelia.
Pôs-se a subir e pindurar sua grinalda de folhas e flores;
Que preparavam-se para enfeitar o novo leito de paz .
Caíram assim como sua dama.
E a água lavou suas mágoas.
Suas notas foram as últimas.
Não lutou, não se debateu.
Alí estava tranquilo, o riacho á acolheu.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O Amor Transcendente

Sentindo algo nada sentido antes.
Habitava apenas o olhar de criança em relação a vida.
Sem conflitos, e sem dúvidas.
Dormia no interior do espírito.
Acordando no momento predestinado.
Sensação inexplicável em sua inocência.
Ainda inexplicável em sua consciência.
Saudade apertando fundo no peito.
Espaço escuro em seu interior.
Buscando, esperando, por essa luz.
Uma luz vinda não sabendo de onde, como, ou quando.
Mas sentindo o porquê.
Sabe que irá preencher esse vazio.
Sente que é real.
Não tem explicações exatas, respostas, que apenas seu ser, sabe e guarda.
Mesmo possuindo tais respostas.
A sensação é tão intensa, que rouba-lhe suspiros.
Rouba até mesmo a crença de que seja real.
Faz passar por mentirosa, perante a sí mesma.
Zomba-a, dizendo ser ''amor platônico''! Chama-a de louca!
- Se loucura é, abençoada seja esta loucura!
Como em toda mentira, a verdade sempre se revela, com intensidade!
A verdade de que seu espírito não mente.
Não poderia nunca enganar a sí mesma.
Vontade de sentir-se completa.
Se não for aqui, e agora, sabe que em algum lugar o encontrará.
E já estão juntos!
Continuará sentindo, desejando, e esperando.
A outra parte, sua outra parte, pela eternidade.

Desmascarando o Tempo

Tempo, maldito guardião de momentos!
Congelou-os em algum lugar intocável dando a chance de ter apenas lembranças.
Momentos que ficaram guardados onde deseja-se voltar e outros envoltos pela dor.
Podendo resgatá-los fechando os olhos reconstruindo em mente cada detalhe vivido.
Tempo maldito, que corre!
Tempo...tempo...tempo...
Arrasta tudo em suas ondas imprevisíveis em direção ao abismo.